Você
provavelmente deva estar pensando: "eu sei que meu filho é uma pessoa!"
Pois é, você provavelmente saiba mesmo, mas possivelmente não aja
assim. Quer um exemplo? Você está fazendo alguma coisa, quando lembra
que é hora de trocar a fralda de seu filho. O que você faz? Vai até ele,
pega no colo e troca a fralda, certo? Pois é, agora eu pergunto: "Você
por acaso percebeu o que ele estava fazendo quando você o pegou no
colo?" A resposta, provavelmente seja que você não se lembra.
Na verdade você não se preocupou
com isso. Para você o objetivo era trocar a fralda e assim você o fez.
Mas seu filho estava fazendo algo antes e você o interrompeu. Você faria
isso com outra pessoa qualquer? Acredito que não. Então, se pensarmos
bem, não estamos reconhecendo nossos filhos como pessoas que pensam,
sentem, têm desejos e vontades assim como eu e você!
Magda Gerber em seu livro faz a seguinte suposição. Imagine que um gigante se aproxime de você, te agarre e te leve para outro lugar. Como você se sentiria? Possivelmente, assustado, não é mesmo? Agora pense que é assim que seu filho se sente várias vezes ao dia, quando você simplesmente decide o que fará com ele. Seja dar banho, comida, trocar de fralda etc. Ele nunca é avisado. Não perguntamos se ele quer comer naquele momento. Se ele gostaria de tomar banho e assim por diante.
Já Janet Lansbury,
uma das discípulas de Gerber, faz a seguinte colocação. Imagine que
você sofreu um acidente e dependa de ajuda para tudo. Agora pense como
você se sentiria se a pessoa que está cuidando de você simplesmente
enfiasse uma colher em sua boca para que comesse, sem perguntar se você
estava com fome ou ao menos te avisasse que iria ser o momento da
refeição. Por que fazemos isso com nossos filhos, então? É de se pensar,
não é mesmo? Será que estamos, de fato, reconhecendo eles como pessoas?
Eu acho que não.
Mas então, o que tenho que fazer?
Converse com seu filho. Explique o que acontecerá. Fale que você quer
trocar a fralda. Pergunte se ele não se importa. Questione se ele está
com fome. Resumindo: interaja com ele, como você faria com outra pessoa
qualquer. Respeite seus desejos e não interrompa sua linha de
raciocínio. Espere que ele termine de brincar com o pezinho. E quando
ele fizer contato visual, fale com ele que você gostaria de alimentá-lo
naquele momento. Veja e se surpreenda com o que vai acontecer.
Talvez você esteja pensando: "Mas
ele não vai entender nada!" Algum tempo atrás, o Fantástico exibiu uma
reportagem bem interessante sobre um casal surdo-mudo que se
surpreendeu quando sua filha de 7 meses começou a falar algumas
palavras (usando os sinais, é claro). Sem contar várias expressões que
ela entendia e reagia de acordo. Por que estou dizendo isso? Porque
gostaria que você tentasse se comunicar com o seu bebê e me contasse a
reação dele. No post anterior eu relatei a diferença que senti logo na
primeira semana com a Beatriz. Foi impressionante!
Por hoje é só. Espero que tenham gostado. Comentem. Vamos trocar experiências.
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